domingo, 28 de junho de 2009
terça-feira, 23 de junho de 2009
Contra a luz e contra a regra
Regra número 1 da fotografia: jamais fotografar contra a luz. Exceção número 1 da fotografia: se a fonte de luz estiver atrás da pessoa ou do objeto a ser fotografado, aproveite os contornos iluminados (do cabelo de uma mulher ou da fumaça de uma chaminé) para conseguir belos efeitos como os das fotos acima, vistas hoje no Olho Mágico do UOL.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Pequenas (e valiosas) dicas de grandes fotógrafos
Chamo essas aparentes contradições de estilos. Cada um tem o seu. Cada fotógrafo vê o objeto a ser fotografado de uma maneira única, pessoal e instransferível, cada profissional tem as suas crenças e as suas teorias. O que leva à seguinte conclusão: o melhor conselho é experimentar todas as dicas para, depois, saber quais delas podem ajudar a aprimorar o seu próprio estilo.
Christian Cravo
- Pensar antes de apertar o botão. Parece óbvio, mas não é. Não pode ser uma ação banal ou mecânica. Tem que ser um ato pensado, com reflexão.
- O modo automático é bom para não perder o momento. É rápido, prático.
- Em ambientes escuros, a melhor coisa é aumentar o ISO e diminuir o flash.
- Não adianta nada ter uma câmera com 10 Mpixels se a lente é ruim. É um conjunto, uma sintonia entre máquina, definição e lente.
- Fujam do zoom digital. É mesma coisa que tirar foto sem zoom e ampliar no Photoshop. Zoom óptico é muito melhor.
André Schiliró
- Fotografar pela telinha é legal, facilita a idéia da composição. Dá para ter uma boa noção de enquadramento. Diminui aquela história de cortar a cabeça das pessoas.
- Usar o flash mesmo em dias muito claros. É bom para reduzir as sombras.
- Em fotos ao ar livre, quase sempre a luz não ajuda. A dica é testar várias opções, várias fotos e clicar à vontade.
- Uma boa dica para tirar retratos é clicar na sombra e sem o flash. A chance de dar certo é mais alta.
- Para fugir daquelas fotos posadas entre amigos ou familiares, pode-se buscar o inusitado durante os preparativos. Aproveite a preparação para extrair um detalhe bacana, uma pose inesperada.
Iolanda Huzak
- As pessoas devem se guiar pelo coração. E olhar com uma preocupação mais estética.
- Para fotografar crianças, preste atenção nos movimentos, na personalidade e olhares característicos deles. Cartier-Bresson falava em "momentos decisivos". É importante tentar captar esses momentos da personalidade e do caráter das crianças.
- Toda mãe conhece muito bem seus próprios filhos, sabe as caras e bocas, as reações e expressões. Com esse conhecimento, fica mais fácil registrar certos momentos.
- É importante que as câmeras sejam rápidas. Tem umas aí que demoram um pouquinho para bater a foto, não têm sincronia. Tem que ser instantânea. Frações de segundo mudam toda uma cena.
Camila Butcher
- Parem de fotografar pela tela. Tem que fotografar pelo visor, sem a interferência do entorno. É importante ver o quadro fechado para compor a fotografia.
- Sempre tentar fotografar com luz natural. Fotografia é captação de luz. Usar o flash só em último caso.
- Para fotografar em festas, gire em torno das pessoas, procure a luz e o ângulo mais bonitos. É importante buscar a informalidade.
- Prestar atenção no ambiente é importante também. Veja a movimentação das pessoas, procure locais estratégicos para se posicionar.
Araquém Alcântara
- Na composição de uma foto, olhe vários lados, espere o momento ideal. Ter paciência é fundamental.
- O iniciante geralmente não contempla, não tem paciência. O prazer, às vezes, está na espera. A beleza vem com o tempo e dedicação. Antes de tudo, de qualquer técnica, repare, olhe.
- Para fotografar bichos, o Pantanal é um lugar fantástico. Tem que se camuflar e ficar "invisível". Boa parte dos bichos tem hábitos noturnos, acordar cedo é fundamental.
- Uma dica é nunca usar cheiros (perfumes e desodorantes) e entender os ventos. Se posicionar com o vento batendo primeiro no bicho, depois em você. Se for o contrário, o bicho sente seu cheiro e foge.
- Fale com os sertanejos, os ribeirinhos, saiba onde e quando os bichos costumam aparecer. É preciso entender e respeitar os hábitos dos animais.
- Nunca chegue muito perto, eles (os bichos) ouvem muito melhor que a gente. Com uma teleobjetiva de 300 ou 400 milímetros já dá para conseguir fotos boas de bichos.
Clóvis Miranda
- Saiba escolher uma boa câmera amadora. Não pode se empolgar com quantidade de megas. Comprar uma máquina com lente boa, que tenha, no mínimo, duas programações além da opção automática. Que dê para alterar o ISO e a intensidade do flash.
- Às vezes a máquina se engana. Por exemplo, você vai num local onde há muito branco, a máquina automática a faz a leitura errada do ambiente. O fotógrafo tem que dominar a máquina, não o contrário.
- Não usar o flash é melhor. Na máquina amadora, o alcance do flash chega, no máximo, a 1,5 metro. Tem máquinas amadoras que aceitam flash externo, aí já é um pouco melhor.
- O cartão (de memória) é importante. Você compra uma máquina barata e o barato sai caro. O cartão tem que ser preferencialmente SD ou CF. São cartões bons, mais disseminados e baratos.
Bob Wolfenson
- Deixe fluir o encontro do fotógrafo com a pessoa fotografada. Tem que ser algo bem natural, sem pressão ou muita expectativa.
- Não gosto da espontaneidade, eu acho que é um senso comum. Procuro fugir do senso comum. Às vezes, fotos de pessoas contraídas são mais ricas e preciosas.
- Eu penso que o retrato tem que mostrar o que a pessoa é. Tem gente que me fala: "ai, eu saí dura na foto". Respondo, "ué, você é dura".
- É bom trabalhar com o ISO, saber usá-lo bem. Flash, só se for com carga mínima.
- Não vejo problema em fotografar pela tela. Se a pessoa tem concentração, foco, a telinha é ótima.
Agora que você já leu todas as dicas, visite os sites dos profissionais citados para conhecer o trabalho de cada um deles. O único que não tem site é o Clóvis Miranda. Os demais podem ser acessados com um simples clique nos nomes.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Fotos feitas com pincel
É difícil acreditar, mas as imagens acima não foram feitas por um fotógrafo e, sim, por um pintor. Max Ferguson é o nome do artista (e bota artista nisso!) que usa as tintas e os pincéis como se apertasse o botão disparador de uma câmera fotográfica. Todos os detalhes de uma cena (luzes, brilhos, reflexos, sombras, etc) são minuciosamente reproduzidos por Ferguson, com a óbvia intenção de confundir os olhares, mesmo os mais atentos, que não imaginam - à primeira vista - estarem diante de uma pintura.
Max Ferguson pertence a um seleto grupo de pintores hiper-realistas (ou fotorealistas) americanos, do qual fazem parte outros craques como Richard Estes e Richard Whitney. Embora tenha ficado restrito aos Estados Unidos durante quase duas décadas (do final dos anos 1960 até meados dos anos 1980), o movimento hiper-realista acabou se espalhando também pela Europa, onde se destaca hoje o trabalho do espanhol Antonio López.
Esta singular forma artística - que tem como origem os pintores realistas do século XIX, como Édouard Manet e Gustave Courbet - se caracteriza pela obsessão de reproduzir a realidade da maneira mais verossímil possível. Para isso, é essencial o uso da fotografia como referência durante a realização do trabalho, o que significa que além de excepcionais pintores, os hiper-realistas também precisam ser excelentes fotógrafos.
O motivo é óbvio: se o quadro é a reprodução fiel da foto, esta tem que ser perfeita. Ou quase, já que pequenas imperfeições podem muito bem ser corrigidas pelos pincéis, assim como fazem hoje os fotógrafos com o Photoshop.
Abaixo, mais alguns exemplos do que um pintor é capaz quando se propõe - com a sua arte - imitar a vida nos seus mínimos detalhes.
Matinee (Richard Whitney)
End of an Era (Richard Whitney)
The Thomas Carter Family (Richard Whitney)
Dr. Nelson Kiang (Richard Whitney)
Ann Brine (Richard Whitney)
34th Street, Manhattan, Looking East (Richard Estes)
Market at Broadway and 75th, 2000 (Richard Estes)
Times Square, 2003 (Richard Estes)
Telephone Booths, 1967 (Richard Estes)
Lunch Specials, 2001 (Richard Estes)
Fonte: Esta matéria, embora não seja uma reprodução, foi inspirada em um artigo publicado no Obvious sobre Max Ferguson, que pode ser lido aqui.