segunda-feira, 30 de março de 2009

Sony World Photography Awards

As fotos vencedoras (1º lugar) por categoria:




Publicidade (campanha para roupas de surf) - Dustin Humprey (EUA)


Moda (campanha da estilista Eva Danhofer) - Piotr Fajter (Polônia)


Música (garota indiana pratica piano em escola) - Amiran White (Inglaterra)




Arquitetura (Xangai) - Michael van den Bogarard (Alemanha)




Conceito e Construção - Tamany Baker (Inglaterra)




Paisagem (sudeste americano) - David Zimmerman (EUA)




História Natural - Lisa Marre Willians (Austrália)




Retratos (Canadá) - Roderick Henderson (Holanda)




Arte & Entretenimento - Amit Madheshiya (Índia)




Assunto Contemporâneo (Nepal) - Giulio Di Sturco (Itália)




Assunto Atual (Georgia) - Wajciech Grzedzinski (Polônia)




Esportes (Pequim) - Julian Abram Wainwright (Canadá)

A entrega dos prêmios acontecerá no dia 16 de abril no Palácio dos Festivais, em Cannes.

As inscrições para o Sony World Photography Awards de 2010 estarão abertas a partir do dia 1º de junho de 2009.

Fontes: UOL Notícias e Sony World Photography.

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quinta-feira, 26 de março de 2009

Três dicas do mestre Luiz Claudio Marigo


Marigo (no centro) em uma aula prática

1. Fotografia dentro de florestas

A luz do sol filtrando-se pela copa das árvores produz uma confusão terrível de sombras e reflexos. Prefira dias nublados, principalmente após a chuva, onde o contraste é suave e as cores são intensas. Use tripé sempre para exposições com velocidades baixas.

2. Fotografia em contraluz

Em contraluz, o fotômetro da câmara pode ser enganado pela luminosidade mais forte vindo das costas do assunto principal. Faça uma leitura da exposição em close-up do assunto principal e depois afaste-se para fotografar, utilizando a mesma leitura. Ou, abra o diafragma 1 ou 2 pontos em relação ao que o fotômetro da câmara indicar para uma leitura de exposição tomada à distância.

3. Limpeza de lentes

Utilize sempre um filtro Skylight ou UV para proteger suas lentes, mas quando precisar limpar as lentes, primeiro remova o excesso de poeira com um pincel e depois utilize o papel especial para limpeza de lentes da Kodak - Lens Cleaning Paper -, em suaves movimentos circulares. Para remover gordura da superfície das lentes, use benzina retificada e jogue fora o papel de limpar lentes após cada aplicação.

Publicadas no site do fotógrafo.

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domingo, 22 de março de 2009

A foto da capa


A foto acima, na capa do novo disco de Bob Dylan, é do mestre Bruce Davidson e faz parte de seu primeiro projeto fotográfico - Brooklyn Gang -, realizado durante o ano de 1959, depois que ele leu uma matéria sobre as gangues juvenis de Nova York.

Contando com a ajuda de um integrante do Serviço Social, Bruce fez contato com uma gangue do bairro do Brooklyn chamada "The Jokers" (Os Piadistas) e, a partir daí, tornou-se observador e fotógrafo diário dessa alienada cultura juvenil.

Os anos cinquenta sempre foram considerados pálidos e passivos em termos de realidade urbana. No entanto, as fotografias de Bruce Davidson nos mostram exatamente o contrário: o que vemos são imagens de pessoas duras, de vidas duras, de amantes duros, todos tentando parecer o que chamaríamos hoje de descolados.


























Pouco tempo depois de concluir o projeto "Brooklyn Gang", Bruce Davidson fotografou Marilyn Monroe em meio às filmagens de Let's make love, rodado em 1960, onde ela fazia par romântico com o ator/cantor francês Yves Montand. As fotos - feitas, aparentemente, na casa de Montand - mostram Marilyn na cozinha com a também atriz Simone Signoret (mulher de Yves Montand) e na sala servindo o almoço, do qual participam, além de Montand, o então marido de Marilyn, o escritor Arthur Miller. No final, Marilyn e Montand (que, segundo as más línguas, tiveram um caso durante as filmagens) aparecem num estúdio de gravação.



Abaixo, Bruce Davidson fala sobre as suas fotos na abertura de uma exposição realizada em 2008:


O texto inicial deste post, sobre o livro "Brooklyn Gang", foi traduzido do site da agência Magnum, da qual Bruce Davidson é um dos membros mais antigos.

Outras informações sobre o fotógrafo podem ser vistas aqui e aqui.

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quinta-feira, 19 de março de 2009

Fotos obscenas


Ainda no clima das homenagens a Robert Mapplethorpe pelo 20º aniversário de sua morte (ocorrida em 09 de março de 1989), o Blog da Foto não poderia deixar de mencionar o filme Dirty Pictures, feito para a televisão americana no ano 2000, que mostra a luta do curador de um museu de Cincinatti (Dennis Barrie, interpretado por James Woods) para exibir - em 1990 - a polêmica exposição "The Perfect Moment".

Em meio a acaloradas discussões com o xerife Simon Leiss (vivido por Craig T. Nelson) sobre o que é ou não pornografia nas fotos de Mapplethorpe, Dennis (Woods) recebe ameaças telefônicas de anônimos cidadãos indignados, seus filhos sofrem retaliações na escola, seu casamento entra em crise e, como se tudo isso não bastasse, acaba sendo preso por ofensa à moral e aos bons costumes.

O julgamento que se segue é uma verdadeira aula sobre liberdade de expressão, entremeado por depoimentos reais de personalidades como a atriz Susan Sarandon (que foi fotografada por Mapplethorpe) e o escritor Salman Rushdie, considerado um ícone da luta contra a censura.

Abaixo, cenas de "Dirty Pictures":



E um depoimento do escritor Edmund White sobre a obra de Robert Mapplethorpe, em meio a cenas de trabalho no estúdio e no laboratório do fotógrafo:

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segunda-feira, 9 de março de 2009

Vinte anos sem Robert Mapplethorpe












No dia 9 de março de 1989 morria um dos fotógrafos mais polêmicos do século 20, que chegou a converter-se em um símbolo da liberdade artística e da livre opção sexual. O americano Robert Mapplethorpe conseguiu elevar ao pódio da arte cenas de nus masculinos e femininos, e suas obras hoje são expostas nos principais museus e galerias do mundo.

Mapplethorpe explorou ao máximo o seu talento - aliado a uma grande sensibilidade intuitiva para captar a luz - em dois momentos distintos: quando direcionou as lentes para a nudez de seus amantes e amigos famosos (como, por exemplo, a cantora Patti Smith) e, mais tarde, quando passou a fotografar flores, revelando um sutil erotismo alegórico e de muita elegância.

Atualmente, muitas obras de Mapplethorpe estão abrigadas em importantes coleções privadas e pinacotecas de fotografia do mundo. Alguns trabalhos, no entanto, continuam circulando no restrito e sofisticado mercado de arte. É o caso de um retrato de Andy Warhol, feito em 1986, que vai a leilão no próximo dia 31 de março na prestigiada Christe's. A obra está avaliada em aproximadamente 50 mil dólares, uma verdadeira "pechincha", se comparada a outra foto famosa de Mapplethorpe - "Ajitto", feita em 1981 -, que poderá atingir a cifra de 180 mil dólares no mesmo leilão.

Para saber mais sobre Robert Mapplethorpe, clique aqui.

Fonte: El Clarín.



Polêmica em branco e preto

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João Bittar na Imã Foto Galeria


Está dada a largada para mais uma maratona de Cursos e Workshops que acontecem todo semestre na Imã Foto Galeria, em São Paulo. Agora é a vez do editor e fotógrafo João Bittar ensinar sobre fotojornalismo, o cotidiano nas redações, a fotografia digital e o mercado de trabalho.

Vale a pena conhecer a história e o trabalho deste importante fotógrafo, atualmente editor de fotografia do jornal Gazeta Mercantil. O evento é aberto ao público e acontece amanhã (terça-feira, 10 de março), das 20:00 às 22:30. Para participar, basta confirmar presença por e-mail (ima@imafotogaleria.com.br) ou telefone: (11) 3816-1290 - 7810-5793 - 2594-3687.

A Íma Foto Galeria fica na Rua Fradique Coutinho, 1239, Vila Madalena.

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sexta-feira, 6 de março de 2009

Aprendendo com Annie Leibovitz


A fotógrafa americana Annie Leibovitz dispensa apresentações. Seus retratos de personalidades mundiais do show business e da política - publicados nas revistas Rolling Stone (de 1970 a 1983) e Vanity Fair (de 1983 em diante) - são conhecidos de todos que se interessam por fotografia.

Annie já foi homenageada diversas vezes nas mais importantes publicações especializadas, como a American Photo, que, na última edição (fevereiro/março), dedica 50 páginas da revista inteiramente ao trabalho da fotógrafa. Não é preciso nem dizer que se trata de uma aula de fotografia imperdível, obrigatória tanto para os profissionais (quem de nós já teve o privilégio de fotografar a Rainha Elizabeth no Palácio de Buckingham?) quanto para os iniciantes.

Por isso, o Blog da Foto publica, em primeira mão, a tradução de todo o texto disponiblizado pela American Photo em seu site, que é uma parte importante da matéria publicada na revista. Espero que, assim como eu, vocês tirem o maior proveito dessa Master Class com Annie Leibovitz.

Leveza

Arnold Newman disse que fotografia é 1% talento e 99% arrastar os móveis. Eu me lembro sempre disso quando nós estamos numa locação e mudamos o set - o palco, as luzes, o fundo, os sacos de areia, os refletores. E mudamos tudo de novo. E de novo. Aí eu tenho que fechar os olhos para o que está sendo feito. O trabalho manual é aterrorizante.

Eu não comecei assim. No início, eu viajava sozinha. Carregava o meu equipamento e usava uma luz que eu mesma podia montar. Algumas pessoas viam isso como um estilo. Um repórter da American Photographer disse uma vez que a sombrinha e o flash refletidos no espelho em um retrato que fiz do Jimmy Carter era um "artifício criativo." Pelo que me lembro, eu atravessei a sala carregando a luz, liguei-a numa tomada e comecei a fotografar. Não pensei em nada disso.

Câmeras

Minha primeira câmera foi uma Minolta SR-T 101. Ela veio com uma lente de 55mm. Trabalhar com essa lente foi um bom aprendizado. Muitos dos outros estudantes do San Franciso Art Institute usavam lentes de 35mm. Acontece que você pode ser um pouco desleixado com uma lente grande angular. A 55mm (normal) me ensinou a ter muito cuidado com o enquadramento. Quando decidi levar a fotografia a sério, eu relutantemente vendi a Minolta e comprei uma Nikon F com uma lente de 35mm.

Depois de alguns anos usando uma Hasselblad (formato 6x6) para fotografar as capas da Rolling Stone, comecei - a partir de meados dos anos 1985 - a trabalhar com uma Mamya RZ67 (formato 6x7), que eu segurava como uma câmera 35mm. Quando passei para o digital, eu coloquei um back digital na minha Mamya. Isso não era o ideal, já que não podia usar o quadro inteiro (full frame). Além do mais, o corpo com o back era difícil de segurar e o longo tempo que a câmera levava para processar as imagens tornava tudo muito lento.

Por isso, resolvi experimentar uma SLR digital - uma Canon - quando fotografei a Mary J Blige para a Gap. É que eu queria fazer a foto dela cantando, em plena ação. Isso significava muito movimento e, para isso, precisava de uma câmera rápida. Quando vi as fotos e constatei que eram perfeitamente usáveis, eu decidi abandonar as câmeras de formato médio.

Luzes

Helmut Newton costumava dizer que eu deveria jogar fora os meus flashes. Helmut era um mestre da luz natural. Ele é o único fotógrafo que eu conheci que podia fotografar com a luz da meia-noite. E ele tirava vantagem disso - aquelas sombras duras, o contraste.

A luz natural é a grande mestre. Você sempre posiciona o flash seguindo a direção da luz natural. Em fotos externas, se você adicionar flash à luz natural, terá um estúdio à luz do dia. Ao trabalhar dentro do estúdio, você imagina como seria a luz natural e tenta recriá-la. No entanto, eu nunca consegui fazer uma luz de flash tão bonita como a luz natural.

Minha luz principal é quase sempre um único flash. Uma única sombrinha. Eu gosto dessa simplicidade. O flash enfatiza a direção da luz e ilumina o rosto do modelo. O resto do cenário pode ser iluminado com a luz natural. Mas você tem que estar preparado para usar uma luz de enchimento, que vem da direção da câmera.

Com as câmeras digitais, você pode fotografar com ISOs altos, o que significa poder usar menos luz. Por isso, hoje eu minimizo a lista de coisas que levo para uma sessão de fotos. Posso sair com apenas duas cabeças de flash e duas pequenas sombrinhas refletoras.

Fotômetros

Um fotômetro é só um guia. Ele não precisa ser usado literalmente. Ao diminuir a luz do flash, nós fazemos isso também com a luz natural, ao invés de aumentar a exposição. Depois, ajustamos um ou dois stops abaixo da luz natural. Eu gosto do jeito que as coisas ficam quando estão pouco iluminadas. As fotos escuras parecem refinadas, misteriosas.

Tripés

Meu tripé original são as minhas duas pernas. Sendo capaz de mover, subir e descer, é uma parte importante do meu trabalho. Quando a câmera é colocada num tripé, parece diferente de como ela fica nas mãos. Meus assistentes colocam um tripé perto de mim e eu não uso. Com um tripé, você tende a imobilizar tudo em volta. Movimentando o seu corpo, você inconscientemente deixa todos mais à vontade.

Perguntas frequentes:

Que conselhos você daria para um jovem fotógrafo que está começando agora uma carreira?

Eu já disse um milhão de vezes que a melhor coisa que um jovem fotógrafo pode fazer é ficar perto de casa. Comece com seus amigos, com a sua família, com as pessoas que aceitarão ser fotografadas por você. Descubra o que significa estar próximo do seu trabalho, ter intimidade com as pessoas. O que quero dizer é que você deve fotografar algo que tenha importância para você. Quando eu era uma jovem fotógrafa da Rolling Stone, aprendi que isso é o que realmente importa. E tanto faz se suas fotos serão publicadas ou não.

Qual a pessoa mais difícil que você fotografou?

Normalmente, as dificuldades não têm muito a ver com as pessoas. O que causa problemas são coisas como o tempo. Se tem muito ou pouco sol. Se o cabelo ou a maquiagem não estão bons. Se o flash não dispara tão rápido quanto deveria. Pela minha experiência, as pessoas mais difíceis são aquelas que estão há muito tempo no show business. Especialmente as que trabalham no meio desde crianças. Elas fazem isso há tantos anos que acabam perdendo um pouco o senso de realidade.

Quantas fotos você faz em uma sessão?

Certamente menos do que eu fazia quando era jovem.

Você está feliz com a mudança do filme para o digital?

Eu me lembro quando o Kodachrome II foi lançado nos anos 1970. Muitos fotógrafos compraram pacotes e estocaram em geladeiras. O que interessa agora é que isso acabou. O digital está aqui, você goste ou não. No começo, eu deixava o processo assumir o controle. As produções eram incrivelmente complicadas. O ritmo de fotografar mudou. Eu tenho que dizer à pessoa que vou sair da sala para checar a foto no monitor, o que soa sempre um pouco rude. Mas atualmente eu não costumo ter um monitor no set, e se tenho não olho muito para ele. Nós usamos um laptop, mas eu não fico amarrada nele. Nem na tela da câmera eu olho muito.

De onde você tira as suas idéias?

Eu faço o meu dever de casa. Quando estava me preparando para fotografar Carla Bruni - esposa de Nicolas Sarkozy, o presidente da França - no Palácio Élysée, eu olhei as fotos do palácio. Olhei as fotos de outras pessoas que viveram no palácio. Fotos de casais apaixonados. Fotos que outros fotógrafos fizeram de Carla Bruni. Eu sou fã de fotografia. Uma estudante, se você preferir. Algo na história da fotografia pode contribuir para o estilo que eu escolher para a foto. O estilo da fotografia é parte da idéia.

Quando você sabe que tem uma boa foto?

Quando era jovem, nunca sabia quando parar. Nunca podia dizer o que já tinha. Eu tinha medo de perder alguma coisa se parasse. Me lembro de trabalhar com o escritor David Felton em uma matéria sobre os Beach Boys e ter ficado surpresa quando, em determinado momento, ele simplesmente foi embora. Disse que já tinha material suficiente, o que parecia incompreensível para mim. À medida que fui ficando mais experiente, eu comecei a entender que alguém que está sendo fotografado só pode trabalhar por um determinado período e que você não deve forçar a situação.

O quanto você dirige uma sessão de fotos?

Muito da direção das fotos acontece antes que a pessoa chegue. Este, certamente, é o caso dos retratos. Quando a pessoa chega, nós já sabemos o que é possível ou não fazer com ela. Muito do meu trabalho é pós momento decisivo. É estudado. Uma espécie de arte performática. Seria agradável ter mais espontaneidade, mas as circunstâncias nem sempre permitem isso.

Como você consegue deixar as pessoas à vontade para fazer as coisas que elas fazem nas suas fotos?

Eu nunca me preocupo com isso. Sempre achei que esse é um problema de cada um. Deixar as pessoas à vontade não faz parte do meu trabalho. A questão é que alguém quer uma "boa" foto, mas um bom fotógrafo está sempre em busca de algo mais. Pode ser uma boa foto ou não. Eu sei, entretanto, que deixo as pessoas à vontade porque sou muito direta. Eu estou lá simplesmente para fotografá-las e é só isso.

Publicado na American Photo. Tradução e edição do Blog da Foto.

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